Conheça o Cabo de Santo Agostinho

Integrante da Região Metropolitana do Recife, o município de Cabo de Santo Agostinho ganhou seu nome em homenagem ao acidente geográfico homônimo que marca o local, considerado por alguns estudiosos a primeira porção de terra avistada do País. O lugar foi ponto de desembarque do navegador espanhol Vicente Yáñez Pinzón no dia 26 de janeiro de 1500, fato que teria ocorrido três meses antes da chegada do português Pedro Álvares Cabral. Devido a isso, o lema da cidade é "Aqui nasceu o Brasil".

O Cabo, uma formação rochosa vulcânica que avança sobre o mar, também tem outro ponto de atenção: é considerado um marco geológico mundial, pois seria o último ponto de ruptura entre a América do Sul e a África. Há cerca de 200 milhões de anos, os dois continentes eram unidos, formando um supercontinente denominado Gondwana, na parte sul da Pangeia.

Distante 33 km da capital pernambucana, o Cabo faz fronteira com Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Escada, Vitória de Santo Antão e Moreno. De acordo com dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área territorial do município é de 445,343 km². A população estimada para 2020 é de 208.944 pessoas, o que faz do Cabo de Santo Agostinho a sétima cidade mais populosa do Estado e, também, com o oitavo maior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Estado. Calculado em 2010, o IDHM da cidade atingiu a marca de 0,686, considerado médio.

O município divide com Ipojuca as dependências do Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros, mais conhecido como Porto de Suape, um dos principais portos públicos do Nordeste e quinto maior porto público do Brasil. Em 2018, segundo o site Wikipédia, Suape apresentou um total de 23,6 milhões de toneladas de produtos transportados. O complexo conta com a Refinaria Abreu e Lima, que processa petróleo pesado e produz gás liquefeito de petróleo (GLP) e possui a maior produção de diesel S10 do País.

Com temperatura média anual de 24,4 °C e tendo a mata atlântica como vegetação nativa, o município também se destaca com sua orla movimentada, que reúne turistas, surfistas e mergulhadores. O turismo do local também se deve ao vasto acervo histórico, cultural e religioso, com antigos engenhos de açúcar do século 17, como o Engenho Massangana, além do Forte Castelo do Mar.

Educação

O Cabo ocupa a 101ª posição no ranking de escolarização do Estado, segundo o último censo do IBGE (2010), com 96,5% da população de 6 a 14 anos escolarizada. Dados de 2017 apontam que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos anos iniciais do ensino fundamental na rede pública foi de 4,8 e, nos anos finais do ensino fundamental, 4,2.  

O último levantamento feito pelo IBGE aponta que, em 2018, o município totalizou 30.723 matrículas no ensino fundamental e 8.300 no ensino médio. O ensino fundamental da rede escolar do município conta com 1.280 professores e 120 escolas. Para o ensino médio, há 400 docentes e 21 estabelecimentos.

Segundo o site Wikipédia, a taxa de analfabetismo no Cabo de Santo Agostinho era de 19,3% em 2000. Após doze anos, em 2012, a taxa foi reduzida e chegou a 12,1%. Apesar de ainda ser um número considerado alto, a diminuição se deu graças a políticas públicas, a exemplo do Programa Paulo Freire, desenvolvido pelo Governo de Pernambuco com o objetivo de alfabetizar jovens e idosos acima dos 15 anos.

Desde o segundo semestre de 2014, o município conta com um campus de engenharia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que se chama Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho (UACSA). Ainda em sede provisória, a universidade implementou o ensino superior de graduação e de pós-graduação na área, oferecendo forte interação com empresas e indústrias da região, além de projetos de inovação para a realização de pesquisas e para desenvolvimento tecnológico. De acordo com o site da UACSA, na estrutura acadêmica atual, são oferecidos dez diplomas de graduação e um de pós-graduação. 

Saúde

Dados de 2017 do IBGE apontam que a mortalidade infantil média na cidade é de 8,41 para cada mil nascidos vivos, o que coloca o Cabo na 137ª posição de 185 municípios do Estado. As internações devido a diarreias são de 0,5 para cada mil habitantes e, comparado aos outros municípios, fica no 93º lugar.

A última contagem do IBGE, de 2009, identificou 42 estabelecimentos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), contando com pronto-socorro, posto de saúde e serviço odontológico. Já o Wikipédia informa que, em 2008, havia 378 leitos para internação, sendo 278 deles públicos e 100 privados. Em 2010, o município possuía 219 profissionais médicos e atingiu um índice de 0,812, considerado muito alto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Oferecendo serviços de urgência e emergência, clínica médica, cirurgia geral, traumato-ortopedia e cardiologia, o Hospital Dom Hélder Câmara, inaugurado em julho de 2010, se destaca entre as unidades de saúde do Cabo. O hospital foi construído numa área de 12.734 km² e conta com 157 leitos comuns e 28 leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ainda segundo o Wikipédia, a unidade tem capacidade de realizar 29 mil consultas anuais e 52 mil atendimentos de urgência para pacientes adultos.

Turismo e Cultura

Assim como grande parte da costa pernambucana, o litoral do Cabo de Santo Agostinho é repleto de belezas naturais, além de ser porta de entrada do litoral sul do Estado. São 24 km de orla e nove praias: Paiva, Itapuama, Pedra do Xaréu, Gaibu, Praia do Cabo de Santo Agostinho, Enseada dos Corais, Calhetas, Paraíso e Suape.

Distante apenas 23 km do Aeroporto Internacional do Recife, o município conta com uma grande infraestrutura turística, com 53 empreendimentos hoteleiros e rica gastronomia baseada em peixes e frutos do mar. Com mata atlântica e vastas plantações de coqueiros, a paisagem natural do local é marcada por praias de águas cristalinas e mornas, com piscinas naturais e mar aberto.

A cidade também é rica em cultura, abrigando ruínas, edificações e igrejas que ajudam a contar a história do Brasil. Entre elas, estão a Igreja de São José do Paiva, a Capela de São Gonçalo do Amarante, as Ruínas do Velho Castelo, o Forte Pontal de Suape, o Convento Carmelita, a Estação Ferroviária e o Engenho Massangana.

Outra característica marcante do local é a argila, abundante no artesanato, podendo ser encontrada no Centro de Artesanato Arquiteto Wilson Campos Júnior, na Loja do Artesanato Cabense e no Ateliê Mestre Uruda. Na Praia de Itapuama, também há o famoso banho de argila como atração turística. 

O órgão responsável pelo setor cultural do Cabo é a Secretaria Executiva da Cultura e Lazer. Ela gerencia o projeto Encantos do Cabo, que abriga as subdivisões: Encantos do Litoral, Encantos da Cultura, Encantos da Descoberta, Encantos do Desenvolvimento, Encantos da Argila e Encantos Rurais. No município, há dois clubes esportivos profissionais: a Associação Desportiva Cabense e o Ferroviário Esporte Clube do Cabo.

Economia

O Produto Interno Bruto (PIB) do Cabo, segundo levantamento do IBGE de 2017, é de R$ 9.964.400 mil e o PIB per capita totaliza R$ 48.689,25. São, respectivamente, o quarto e o quinto maiores de Pernambuco. O Instituto informa, ainda, que em 2018 o salário médio mensal era de 2,5 salários mínimos. Isso faz com que seja o quarto lugar no ranking de municípios pernambucanos nesse quesito. Em relação à população total, possui uma taxa de 19% de pessoas ocupadas.

Segundo o Wikipédia, a indústria é o setor mais relevante na economia cabense e representa cerca de 25,2% da economia. No local, há um dos complexos industriais mais fortes do Estado e da Região. Dados de 2011 apontam que o município abrigava 2.607 empresas. Entre elas, a Refrescos Guararapes Ltda. (Coca-Cola), Petrobrás Distribuidora S/A, Shell do Brasil S/A, Unilever S/A, Pepsico do Brasil, Pamesa S/A e Copagás Distribuidora de Gás Ltda. Em 2009, a cidade inaugurou o shopping Costa Dourada, que possui 24.000 m², 100 lojas e cinema.

Suape

Outro ponto importante na economia cabense é o Complexo Industrial e Portuário Governador Eraldo Gueiros, o Porto de Suape. O empreendimento foi responsável por transformar a cidade num polo industrial, diminuindo fortemente sua dependência em relação à agropecuária. A estatal, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, teve as atividades iniciadas em 1983 e, hoje, abriga a Refinaria Abreu e Lima e a Usina Siderúrgica de Pernambuco. O porto é interligado a mais de 160 portos em todos os continentes. Sua área de 13.500 hectares possui as zonas portuária, administrativa, industrial, agrícola, residencial, cultural e de preservação ecológica.

História

Originalmente habitado pelo povo Caeté, o município teve seus primeiros moradores brancos no século 16, quando passou a ser chamado de Arraial do Cabo. Como já mencionado na introdução do texto, seu primeiro visitante europeu foi o navegador Vicente Yáñez Pinzón, porém o território não foi reivindicado pelo governo espanhol devido ao Tratado de Tordesilhas. Desde 1570, o local se destacou pelo desenvolvimento da monocultura da cana-de-açúcar. 

O site Wikipédia, baseado na afirmação de Sebastião de Vasconcelos Galvão, autor do Dicionário Iconográfico, Histórico e Estatístico de Pernambuco, indica que o povoamento do município data de 1618. Após mais de duzentos anos, a até então freguesia foi elevada a Vila do Cabo, em 1811. Em 1877, foi denominada Cidade de Cabo, para depois ser adicionado o ?Santo Agostinho?, em homenagem ao bispo e teólogo homônimo.

Fontes: IBGE, Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho e Wikipédia.