Educação
Estimativas do IBGE apontam que, em 2020, existiam cerca de 4.513 alunos matriculados, sendo 792 no ensino infantil, 3.060 no ensino fundamental e 661 no ensino médio. Em 2010, a taxa de escolarização era de 97,2% e em 2020 a cidade contava com 17 escolas de ensino fundamental e uma de ensino médio. A sua nota do Ideb em 2019 foi de 4,9 para os anos iniciais e de 4,1 para os anos finais, ocupando as 114ª e 135ª colocações no Estado, respectivamente. O município não conta com nenhuma instituição de ensino superior.
Saúde
Dados de 2020 do IBGE apontam que a cidade possuía uma taxa de mortalidade infantil de 8,37 óbitos por mil nascidos vivos, ocupando a 131ª posição no Estado e uma taxa de internações por diarreias em 2016 de 0,5 por mil habitantes. Em 2010, cerca de 47,45% dos domicílios da cidade tinham acesso a esgotamento sanitário adequado e o município contava em 2009 com 13 estabelecimentos de saúde ligados ao SUS.
Economia
Dados do IBGE de 2019 mostram que o produto interno bruto per capita do município era de R$ 7.090,04 por habitante, o 172ª maior do Estado. Já as receitas realizadas em 2017 foram de R$ 58.125.870,00, enquanto que as despesas empenhadas totalizaram R$ 58.430.740,00.
Durante quase todo o século XX, o município teve destaque na região, com a monocultura da cana-de-açúcar e a Usina Água Branca, indústria de grande porte do setor sucroalcooleiro, que eram, juntos, a mola propulsora da economia local.
Em meados dos anos 90, a falência da Usina provocou uma grande onda de desemprego na região, levando centenas de trabalhadores a emigrarem para diversas partes do país, principalmente para São Paulo. Atualmente, a economia local é sustentada pelo funcionalismo público municipal, juntamente com os programas sociais dos governos federal e estadual - realidade vivenciada por centenas de municípios brasileiros.
Na zona rural, a agropecuária participa de forma mais tímida da economia, valendo destacar: a agricultura de subsistência, a produção de leite e a criação de gado de corte, originária em sua grande parte dos latifúndios espalhados pela zona rural do município. Contudo, o município possui um grande potencial turístico - ainda pouco explorado - com destaque para as inúmeras nascentes que se espalham por todo o seu território. Destaca-se neste setor o Engenho Laje Bonita, empreendimento local que explora o turismo rural sustentável com destaque também para o aspecto histórico da localidade.
Turismo
O turismo rural da cidade é agraciado por belos locais e paisagens. Dentre estes está a Pedra da Moça, que pode ser observada da PE-177, sentido Garanhuns, ou do primeiro e segundo acesso para a Vila do Cruzeiro. Um ótimo local para fotografias e acampamentos.
Quipapá preserva relíquias do ciclo açucareiro, como o Engenho Laje Bonita, antigo Engenho Bangüê, onde ainda se produz rapadura de forma artesanal. O processo utiliza uma roda d?água e o local é aberto à visitação de turistas. Lá são fabricados ainda mel-de-engenho, cachaça, rapadura batida e ovo de páscoa de rapadura, que podem ser adquiridos pelos visitantes.
O Parque Aquático Rural Natural oferece ao turista um refrescante banho de piscina natural de água corrente escavada na pedra, passeio de caiaque no açude, esquibunda, cavalos selados, bicas, petisqueria com gastronomia regional, em uma área natural preservada.
O artesanato produzido no município é outro exemplo da riqueza da cultura local. Lá, sisal, coco, palha e cipó, encontrados nas árvores e matas da região, são utilizados para produção de bordados e cestarias. Isso sem falar no famoso ?Chá de Veado?, bebida típica da localidade elaborada à base de cerveja, vinho, suco de limão e açúcar.
História
O município teve origem na primitiva povoação surgida no mesmo local, concentrada em redor de uma pequena capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição de Quipapá.
O desbravamento da região se deu - segundo alguns historiadores, remonta aos anos de 1630/1697 - pelos negros que constituíram o Quilombo dos Palmares, mas somente se completou em 1795/96, quando o Capitão Francisco Rodrigues de Melo e sua esposa, D. Ana Maria dos Prazeres, se instalaram na Fazenda das Panelas, da qual resultou, mais tarde, o município do mesmo nome.
Foi transformado em distrito de Panelas em 1857, sendo elevado à categoria de vila em 1879. A emancipação aconteceu apenas em 19 de maio de 1900, quando recebeu o status de município.
Há muitas versões para o topônimo ?Quipapá?, algumas, inclusive, de conotação folclórica. Uns atribuem o nome como sendo de origem africana, uma corrutela de ?quipacá?, ou seja, ?asilo de fugitivos?, uma vez que fica na região onde foi instalado o Quilombos dos Palmares, refúgio de escravos evadidos.
Segundo outros, a palavra é de origem tupi-guarani, oriunda de uma planta da família das cactáceas: o quipá. Repetindo o vocábulo para indicar mais de um, ou abundância, os indígenas diriam ?quipaquipá?. Por um fenômeno comum nesses casos, deu-se a queda de uma sílaba, daí resultando Quipapá, nome da cidade, de uma de suas serras e de um de seus rios.
Geografia
A cidade está situada a 462 metros do nível do mar, na área de domínio de duas bacias hidrográficas, as dos Rios Una e Mundaú, com predominância do primeiro. O Rio Pirangi é o principal afluente do rio Una na área, além do Rio da Embiribeira e dos Riachos Barra do Boi, da Areia, das Paixões e Duas Barras. Quase todos os seus afluentes e subafluentes são perenes, favorecidos pelo clima e pelo relevo movimentado da região, onde afloram muitas nascentes, que são a principal fonte de abastecimento da população da área rural.
O município está inserido na Zona da Mata Sul do estado de Pernambuco. O relevo faz parte da unidade de superfícies retrabalhadas, áreas com relevo bastante dissecado e vales profundos. Os solos são geralmente férteis nas encostas e pobres nos topos. Esta unidade ocorre na região litorânea de PE e AL, com altitudes variando entre 100 e 600 m. Em Pernambuco é formada pelo ?mar de morros? que antecede a Chapada da Borborema, com solos pobres e vegetação de floresta subperenifólia.
O relevo é do tipo forte ondulado, com topos planos, vertentes íngremes e vales estreitos de fundos chatos. O clima é do tipo 'As', tropical chuvoso, quente e úmido com chuvas no outono e inverno. O período normal de chuva inicia-se em dezembro/janeiro e pode estender-se até setembro. Dados históricos de precipitação revelam uma média anual de 1.007,40 mm, com um máximo de 1.532,60 mm e um mínimo de 666,70 mm.
As temperaturas variam, acompanhando a época das precipitações pluviométricas. A média anual fica em torno de 23,6°C. O período compreendido entre maio e agosto é caracterizado por noites frias, com temperaturas em torno de 18°C, podendo descer um pouco mais.
A vegetação predominante é a floresta subperenifólia, porém a monocultura da cana-de açúcar, predominante na região, gerou um amplo e desordenado desmatamento, com grandes prejuízos ambientais.
Fontes: IBGE, Prefeitura de Quipapá e Wikipédia.