Conheça mais sobre Itambé

Itambé é um município pernambucano localizado na Zona da Mata Norte do Estado e distante cerca de 92 km da cidade do Recife. Com uma área de aproximadamente 304 km², possui uma população de 36.495 habitantes, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2021. O censo de 2010 apontou que a cidade possuía 35.398 habitantes, sendo o 49º mais populoso de Pernambuco em 2010, com cerca de 75% da população residindo na zona urbana e 25% na zona rural da cidade.

O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) é de 0,575, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD-2019), ocupando o 125º lugar no ranking estadual, segundo dados do IBGE de 2010.

O município está limitado ao norte com o Estado da Paraíba, ao sul com as cidades de Aliança e Condado, a oeste com Ferreiros e Camutanga, e a leste com Goiana.

Educação

Em 2018, existiam 7.301 alunos matriculados no município, sendo 946 no pré-escolar, 5.148 no ensino fundamental e 1.207 no ensino médio. No mesmo ano, a taxa de escolarização era de 94,6% e a cidade contava com 26 escolas de ensino fundamental e três de ensino médio. As suas notas do IDEB em 2019 foram de 4,2 para os anos iniciais e de 3,8 para os anos finais, ocupando respectivamente as colocações 167ª e 165ª no estado. O município não conta com nenhuma instituição de ensino superior atuando no local.

Saúde 

Dados de 2020 do IBGE apontam que a cidade possuía uma taxa de mortalidade infantil de 25,38 óbitos por mil nascidos vivos, ocupando a 8ª posição no Estado, enquanto que a taxa de internações por diarreias no ano anterior foi de 0,4 por mil habitantes. Em 2010, cerca de apenas 18,4% dos domicílios da cidade tinham acesso a esgotamento sanitário adequado e o município contava em 2009 com 20 estabelecimentos de saúde ligados ao SUS.

Economia

Dados do IBGE de 2019 mostram que o produto interno bruto per capita do município era de R$ 12.641,41 por habitante, sendo o 52º maior do Estado. Já as receitas realizadas no período foram de R$ 70.291.940,00, enquanto que as despesas empenhadas totalizaram R$ 66.888.420,00. 

Quanto às atividades econômicas, destacam-se a indústria de transformação, o comércio, a prestação de serviços, a administração pública, a agropecuária, a extração vegetal, a caça e a pesca.

Entretanto, a economia é basicamente extraída da cana de açúcar e da produção de queijo, abacaxi, inhame, batata, entre outros alimentos. O distrito de Ibiranga abriga uma metalúrgica que comercializa carrocerias para o Brasil e exterior.

História

O nome da cidade deriva dos termos tupi i'tá e aim'bé, e significa ?Pedra afiada? ou ?pedra de fogo", por conta da grande quantidade de calhaus avermelhados presentes no local, cujo atrito produz faíscas. As terras eram habitadas pelos índios cariris e, nos fins do século XVI, começaram a ser povoadas por portugueses e por mazombos, denominação dada aos filhos de europeus nascidos no Brasil.

No local, André Vidal de Negreiros, um dos heróis da expulsão dos holandeses de Pernambuco, construiu  uma capela em homenagem a Nossa Senhora do Desterro, doada à Igreja em 1681, juntamente aos Engenhos Novo de Goiana e de Palha e de várias fazendas de gado, com extensão superior a 120 quilômetros.

De 1797 a 1801, funcionou o Areópago, onde o doutor Arruda Câmara fazia propaganda dos ideais da Revolução Francesa. Em 1874, teve lugar a rebelião de matutos, conhecida por ?Quebra Quilos?, que culminou com a invasão de Itambé pelos insurretos, no dia 30 de novembro.

A exportação das chamadas ?pedras de fogo?, depois de transformadas em pequenas lâminas para uso em armas de fogo, contribuiu para o desenvolvimento do lugar, transformado em distrito em 1789. O município foi criado em 1867, ao ser desmembrado das cidades de Goiana e Nazaré da Mata, mas somente em 1879 foi reconhecido como cidade.

O nome foi mudado para També em 1938, e em 1948 o município teve os distritos de Camutanga e Ferreiros emancipados. Somente em 1975 a cidade voltou a receber a denominação atual de Itambé. 

Geografia

A cidade está localizada a 179 metros do nível do mar, situada nos domínios da  bacia hidrográfica do Rio Goiana e do Grupo de Bacias de Pequenos Rios Litorâneos. Os principais afluentes são os rios Capibaribe Mirim, També, Monguba, Pobre, Mocambo, Gangorra, Gitó, Ferreiros e Água Torta, além dos riachos: Camutanga, Água Comprida, Cana Brava, Roncador, do Calaço, Caboclinho, Aruá e Piruá. Os principais corpos de acumulação d?água são os açudes Timorante, Jurema, Perori, do bambu e Gameleira. O padrão da drenagem é o dendrítico e os principais cursos d? água têm regime de fluxo perene. 

O município está geologicamente inserido no Planalto da Borborema, formado por maciços e outeiros altos que ocupam uma área de arco que se estende do sul de Alagoas até o Rio Grande do Norte. O relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. A fertilidade dos solos é bastante variada, com certa predominância de média para alta. Parte de sua área, a leste, se insere na unidade geoambiental dos Tabuleiros Costeiros. 

A vegetação é formada por Florestas Subcaducifólica e Caducifólica, próprias da região agreste. O clima é o tropical chuvoso, com verão seco. A estação chuvosa se inicia em janeiro/fevereiro com término em setembro, podendo se estender até outubro. A temperatura em Itambé varia de 17ºC a 31ºC e a precipitação pluviométrica no local pode ultrapassar os 200 mm nos meses de novembro e dezembro.

Turismo

Conhecida como o berço da Maçonaria no Brasil, onde em 1796 foi instalado o Areópago para discutir os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, Itambé possui o maior número de sanfoneiros da zona da mata norte de Pernambuco, além de contar com a centenária Banda Musical Pedra Preta que já tocou para D. Pedro II, em visita ao município de Goiana.

Na zona rural, os Engenhos Cana Brava e de Lajes são conhecidos pela produção de cachaça e queijo, respectivamente, distribuídos para a zona da mata do Estado. A Casa de Campo Engenho Angico recebe turistas de todo o mundo, fortalecendo o potencial turístico da região.

O distrito de Ibiranga é conhecido pela produção de chapéus e vassouras de palha, e os distritos de Quebec e de Caricé possuem um grande pólo têxtil, no engenho Pangauá. Neste último, vale uma visita à capela de Nossa Senhora do Rosário.

A cidade é uma ótima opção para quem procura roteiros radicais, que vão da prática do ciclismo a trilhas e caminhadas. Na área urbana, o turista pode visitar o cruzeiro e o Marco Zero da cidade, o Cristo Redentor, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Desterro, o busto Monsenhor Júlio Maria, o monumento a Nossa Senhora da Conceição, o obelisco e a loja maçônica. Na zona rural, vale visitar as ruínas da capela de Nossa Senhora do Desterro e a casa grande e capela do Engenho São Sebastião.

Fontes: IBGE, Prefeitura de Itambé e Wikipédia.