Conheça mais sobre Itacuruba

Itacuruba é um município do Sertão de Pernambuco, distante cerca de 466 km da capital pernambucana. A cidade possui uma área de aproximadamente 430 km² e conta com uma população de 5.013 habitantes, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2021. 

O censo de 2010 apontou que a cidade possuía 4.369 habitantes, sendo a 184ª mais populosa de Pernambuco, com cerca de 85% da população residindo na zona urbana e 15% na zona rural da cidade, segundo a base de dados do Estado de Pernambuco naquele ano.

O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) é de 0,595, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD-2019), ocupando o 87º lugar no ranking estadual, segundo dados do IBGE de 2010.

A cidade está limitada ao norte e a oeste, com o município de Belém de São Francisco, ao sul, com o Estado da Bahia, a leste com Floresta.

Educação

Estimativas do IBGE apontam que, em 2020, existiam cerca de 1.297 alunos matriculados, sendo 323 no ensino infantil, 752 no ensino fundamental e 222 no ensino médio. Em 2010, a taxa de escolarização era de 97,5% e em 2020 a cidade contava com nove escolas de ensino fundamental e uma de ensino médio. A sua nota do IDEB em 2019 foi de 5,2 para os anos iniciais e de 4,8 para os anos finais, ocupando a 70ª e 45ª colocações no Estado, respectivamente. O município não conta com nenhuma instituição de ensino superior.

Saúde 

O IBGE não informou a taxa de mortalidade infantil da cidade em 2020. Já a taxa de internações por diarreias em 2016 foi de 4,2 por mil habitantes. Em 2010, cerca de 82,2% dos domicílios da cidade tinham acesso a esgotamento sanitário adequado e o município contava em 2009 com três estabelecimentos de saúde ligados ao SUS.

Economia

Dados do IBGE de 2019 mostram que o produto interno bruto per capita do município era de R$ 12.604,57 por habitante, o 53ª maior do Estado. Já as receitas realizadas em 2017 foram de R$ 30.151.540,00, enquanto que as despesas empenhadas totalizaram R$ 23.072.590,00. 

As principais atividades econômicas são a pecuária (caprinocultura, ovinocultura, bovinocultura de corte e leite, suinocultura e avicultura) e a agricultura.

Nas atividades agrícolas, registram-se as de cultivo permanente e temporário, como a banana e o coco; enquanto que as temporárias comerciais são o tomate, cebola, melancia, melão e as temporárias de subsistência o feijão e o milho.

História

?Itacuruba? provém do tupi antigo itakuruba, que significa ?grão de pedra, seixo?, através da composição de itá (pedra) e kuruba (grão). Até o século XVII, o sertão da região Nordeste do Brasil era ocupado por índios macro-jê. A partir desse século, os índios da região, atualmente ocupada pelo município de Itacuruba, passaram a ser catequizados por padres jesuítas. Quando encerrado o episódio jesuítico da Ilha do Sorubabel, passou aquela missão a ser chefiada pelos capuchinhos franceses, que possuíam outras missões no São Francisco, na zona dos índios Rodelas, desde 1673.

Em 1702, a Ilha se encontrava sob a direção do frei Francisco Dumfront, sob a proteção de Nossa Senhora do Ó. Nesta missão é que se encontram as raízes da atual formação religiosa local, uma vez que estava situada na foz do rio Pajeú, por onde subiam os índios catequizados pelo frei. Lá, foi construída, no início do século XVIII, a igrejinha da missão, que passou a contar com uma imagem da santa em madeira. Em 1709, os capuchinhos franceses foram substituídos pelos barbadinhos italianos. 

Em 1792, a maior cheia já registrada no Rio São Francisco inunda a Ilha do Sorubabel destruindo a capela e a imagem da Nossa Senhora do Ó. A imagem foi recolhida por pescadores, na fazenda Várzea Redonda, próximo a Petrolândia, e lavada para a igreja da Freguesia de Tacaratu, onde permaneceu durante 97 anos. O regresso só aconteceu com a construção da nova capela na antiga Itacuruba, em 1889, pelo padre Miguel Arcanjo e por Manoel Quirino Leite, considerado o fundador da cidade.

A atual cidade de Itacuruba, a 7 km do lago de Itaparica e a 12 km da BR- 316, foi projetada na década de 1980 para receber a população da antiga localidade, por conta da criação do Lago Itaparica (atual Barragem Luiz Gonzaga) que acabou inundando o município, submerso a mais de 20 metros de profundidade. Por conta da localização, a cidade fica um pouco isolada da movimentação comercial.

Elevado à categoria de cidade em 20 de dezembro de 1963, quando foi desmembrado de Belém de São Francisco, o município de Itacuruba foi instalado em 24 de abril de 1964.

Geografia

A cidade está localizada a 292 metros do nível do mar, situada nos domínios da microbacia hidrográfica do Rio São Francisco, da bacia hidrográfica do Rio Pajeú e do Grupo de Bacias de Pequenos Rios Interiores. Os principais tributários são o Rio Pajeú e os riachos das Pintadinhas, do Capim Grosso, da Quixabinha, da Aroeira, do Boi, da Maria Preta, Fechado, do Tamanduá, do Iço, do Tapuio, das Novilhas, do Bandarra, do Itacuruba, do Cavalete, Fernandes e do Sal. 

Os principais corpos de acumulação são as lagoas dos Pereiros, do Umbuzeiro, da Caatinga, do Pau-Ferro, dos Patos, da Bandarra, da Cachoeira, Redonda, da Aroeira, da Barra Velha e da Barra. O padrão da drenagem é o dendrítico e os cursos d?água têm regime intermitente.

O município está inserido na unidade geoambiental da Depressão Sertaneja, que representa a paisagem típica do semi-árido nordestino, caracterizada por uma superfície de pediplanação bastante monótona, relevo predominantemente suave-ondulado, cortada por vales estreitos, com vertentes dissecadas. Elevações residuais, cristas e/ou outeiros pontuam a linha do horizonte. Esses relevos isolados testemunham os ciclos intensos de erosão que atingiram grande parte do sertão nordestino.

A vegetação é basicamente composta por Caatinga Hiperxerófila com trechos de Floresta Caducifólia. O clima é do tipo Tropical Semiárido, com chuvas de verão. O período chuvoso se inicia em novembro com término em abril. A precipitação média anual é de 431,8 mm.

Turismo

A cidade traz na sua paisagem uma vegetação típica de caatinga, destacando-se o pereiro e o xique-xique. Os belos mirantes ressaltam ainda mais a paisagem. Entre os atrativos estão as praias de Luís Boi e do Coité, a praia fluvial do Lago de Itaparica, toda em cascalho.

A Praça da Matriz convida o visitante a apreciar suas esculturas de barro moldadas por artesãos do local, como Gênese da Silva Pessoa e Antônio Vitorino do Nascimento. A Igreja Nossa Senhora do Ó, construída em 1988, possui arquitetura moderna em formato de cruz. No altar-mor, imagem de Nossa Senhora do Ó com apliques folheados a ouro, esculpida em madeira na Holanda encanta os turistas que entram no local.

Outro ponto que merece ser visitado é a Serrinha, com cerca de 400 metros de altura. Para chegar ao topo é preciso percorrer uma trilha na caatinga de mais ou menos 1 km. O grande atrativo é um afloramento de quartzo rochoso de coloração variada, localizado na parte alta. Do alto da serra tem-se uma bonita paisagem, avistando-se o reservatório da Barragem de Itaparica. Para quem é vidrado em astronomia e/ou astrologia, a opção é conhecer o Centro de Observação Astronômica do Sertão de Itaparica (Oasi).

No folclore, além de manifestações próprias do período carnavalesco e junino, a cidade apresenta o reisado, o pastoril, a ciranda, a dança de São Gonçalo e o toré (de origem indígena). No artesanato, destacam-se os bordados, peças em cerâmica e em madeira, trabalhos de crochê e tecelagem (tapetes, colchas, redes e mantas). A Feira Livre, realizada no pátio do mercado público, dispõe de artigos e produtos diversificados, inclusive artesanato e literatura de cordel.  

Fontes: IBGE, Prefeitura de Itacuruba e Wikipédia.