Distante 230 quilômetros do Recife, capital do estado, Garanhuns é um município da Região Agreste que ocupa uma área de 458,55 km², sendo 7,11 km² formando o perímetro urbano e 451,44 km² formando a zona rural. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou sua população em aproximadamente 140.577 habitantes (2020), sendo o terceiro mais populoso do interior do estado e o segundo mais populoso do agreste pernambucano.
A cidade é o centro mais diversificado do agreste meridional, sendo polo de 32 municípios, concentrando, em seu entorno, mais de um milhão de habitantes. Garanhuns é, também, um centro regional de saúde e educação. O município, pelo seu diversificado comércio e oferta de serviços, tem no turismo, um importante fator de geração de emprego, renda e desenvolvimento, dispondo de uma grande rede de empresas prestadoras de serviços e de hotéis. Em julho, a cidade sedia o Festival de Inverno de Garanhuns, que, anualmente, atrai milhares de turistas de todo o mundo.
Originalmente, suas terras eram ocupadas pelos índios cariris, quando, por volta do século XVII, brancos e negros fugidos da sujeição dos holandeses ocuparam as regiões de brejos, lá estabelecendo-se em aldeias esparsas. Em 1658, o mestre de campo Nicolau Aranha Pacheco, o capitão Cosmo de Brito Cação, Antonio Fernandes Aranha e Ambrósio Aranha de Farias receberam, do governador na época em exercício, André Vidal de Negreiros, uma sesmaria com cerca de 20 léguas de extensão? um dos lotes da sesmaria se localizava nos campos de Garanhuns e outro lote ficava em Panema. Nesse mesmo ano, foi fundado o Sítio Garcia, situado na região onde atualmente se localiza o distrito sede do município.
Educação
Conforme o último levantamento publicado pelo IBGE (2017), o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do município registrou 4,7 para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental (colocação em 88º no Estado e 4130º no país) e 4,1 para os Anos Finais do Ensino Fundamental (74º no Estado e 3402º no país), ambos os indicadores da rede pública. O Ideb é utilizado para medir a qualidade do aprendizado e estabelecer metas para melhoria do ensino, avaliando o fluxo escolar e as médias de desempenho. Ainda segundo o IBGE, em 2018, Garanhuns dispunha de 94 escolas para o ensino fundamental e 19 para o ensino médio.
Saúde
O IBGE informou que a taxa de Mortalidade Infantil média (2017) na cidade é de 13,79 óbitos para 1.000 nascidos vivos (colocação em 70º no Estado e 2186º no país) e as Internações por Diarreias (2016) são de 0,8 para cada 1.000 habitantes (55º no Estado e 2710º no país). No ano de 2009, o município possuía 75 estabelecimentos de saúde, somando-se o número de hospitais, pronto-socorro, postos de saúde e serviços odontológicos, entre entidades privadas e públicas, de acordo com a Wikipédia.
Cultura e Turismo
O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) é o principal evento realizado no município e, também segundo a Wikipédia, o maior evento multicultural da América Latina, atraindo mais de 500 mil visitantes por ano e sendo o segundo mais importante atrativo do inverno pernambucano, após as festas juninas de Caruaru. No FIG, a música, o cinema, as artes cênicas, a cultura popular e todas outras formas de expressão se encontram e movimentam o setor hoteleiro de Garanhuns no final do mês de julho, desde o ano de 1990.
O festival oferece aos turistas desde grandes shows a cortejos da cultural popular pernambucana e brasileira, espetáculos teatrais, recitais de poesias nas feiras livres, mostrando uma abrangente e rica diversidade cultural. Além do FIG, a cidade conta com o Festival de Jazz de Garanhuns, alternativa mais tranquila durante o período carnavalesco, e o Festival Viva Dominguinhos, normalmente realizado no fim do mês de abril.
Meio ambiente
Garanhuns possui dois tipos de vegetações nativas e predominantes: a mata atlântica e a caatinga. Com o objetivo de diminuir o impacto ambiental sofrido pela urbanização na cidade, os poderes públicos estaduais e municipais implementaram políticas públicas voltadas para a criação de áreas verdes e espaços de convivência, lazer e contemplação, para melhorar a qualidade de vida dos habitantes. A cidade dispõe de três parques municipais: o Parque Euclides Dourado ("Parque dos Eucaliptos"), o Parque Ruber van der Linden e o Parque Natural das Nascentes do Rio Mundaú. Os dois primeiros são classificados como unidades de uso sustentável e o último de conservação integral.
Na vegetação da parte norte e oeste do município, onde predomina a caatinga, a fauna é bastante rica, tendo centenas de espécies vivendo nesse bioma. Já a parte sul e leste, onde predomina a mata atlântica, é constituída por árvores de médio e grande porte, formada por floresta densa e fechada. Sendo muito rica em biodiversidade, as árvores de grande porte formam um microclima dentro da mata, com sombra e muita umidade. Muitas espécies animais que fazem parte desse bioma estão ameaçados de extinção, tais como: mico-leão-dourado, bugio, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, arara-azul-pequena e onça-pintada.
Economia
De acordo com levantamento do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) de Garanhuns foi de R$ 2.342.966 em 2017, o 13° maior de Pernambuco. O valor do Produto Interno Bruto per capita foi de R$ 16.899,40 no mesmo ano.
Outro dado do IBGE mostra que, em 2010, 62% da população com idade igual ou superior a 18 anos era economicamente ativa, enquanto que a taxa de desocupação foi de cerca de 11%. Em 2011, o Cadastro Central de Empresas mostrou que havia cerca de 2,6 mil unidades locais e 2,5 mil empresas atuantes, contando com estabelecimentos comerciais. Cerca de 19 mil trabalhadores foram considerados pessoal ocupado e 16,3 mil foram considerados pessoal ocupado assalariado.
O salário médio mensal do município foi de 2 salários mínimos. Dados do IBGE mostram que, em 2010, 72,78% dos domicílios sobreviviam com menos de um salário mínimo por morador, 17,77% com entre um ou mais salários mínimos para cada pessoa, 2,84% recebiam entre três e cinco salários, 2,35% tinham rendimento mensal superior a cinco salários mínimos e 4,24% não tinham rendimento.
História
O início do povoamento de origem europeia das terras onde se situa o município data do século XVII. Em 1658, o mestre de campo Nicolau Aranha Pacheco, o capitão Cosmo de Brito Cação, Antonio Fernandes Aranha e Ambrósio Aranha de Farias obtiveram, do então governador da capitania de Pernambuco, André Vidal de Negreiros, uma sesmaria de terras em dois lotes, sendo um nos campos dos Garanhuns e outro no Panema. No primeiro lote, foi fundada uma fazenda, nesse mesmo ano, com a denominação de Sítio Garcia, no local onde atualmente se encontra a sede municipal. Tudo indica que a fazenda se encontrava em franco desenvolvimento quando, por volta de 1670, ela foi totalmente destruída durante conflitos com quilombolas do Curica, no Alto do Magano, passando a ser conhecida, daí por diante, como Tapera do Garcia.
A Guerra dos Palmares (segunda metade do século XVII) prejudicou o progresso da região, pois as fazendas ali localizadas estavam sob a ameaça constante de depredações, saques e morticínios, que obrigavam seus proprietários a abandoná-las, juntamente com a população branca. Terminada a Guerra dos Palmares, em 1696, a região desenvolveu-se de maneira rápida e na década de 1750 começou a ser erguida a cidade. Com a criação e instalação da Vila de Cimbres, em 1762 e no ano seguinte, o município ficou conhecido como sede da freguesia de Santo Antônio de Garanhuns, perdendo a condição de sede da capitania do Sertão do Ararobá. Depois, em 1800, foi criada a paróquia de Santo Antônio da povoação de Garanhuns.
Ao final do século XIX, com a construção da linha férrea que liga o município à capital pernambucana, o setor da prestação de serviços ocasionou o apogeu do crescimento econômico e populacional de Garanhuns, quando graças à diminuição do tempo gasto na viagem entre as cidades do litoral pernambucano e interior, a quantidade de hotéis e pousadas cresceu com bastante rapidez, aumentando também o número de pessoas que buscavam, no município, o turismo rural. Na década de 1990, a criação do festival de inverno da cidade consolidou o turismo como principal gerador de renda da região.
Política
O poder legislativo municipal é formado pela Câmara de Vereadores, constituído por 12 parlamentares eleitos para um mandato de quatro anos. Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
O município se rege ainda por uma lei orgânica, promulgada em 1990. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), o Garanhuns registrou, em 2013, cerca de 89 mil eleitores, sendo na época o décimo maior colégio eleitoral de Pernambuco.
Geografia
O município possui, de acordo com o IBGE, uma extensão territorial de 458,55 quilômetros quadrados, sendo 7,11 km² formando a zona urbana e os 451,44 km² restantes a zona rural. Os municípios limítrofes são Capoeiras e Jucati ao norte; Lagoa do Ouro e Correntes ao sul; São João e Palmeirina ao leste; Caetés, Saloá, Paranatama, Brejão e Terezinha a oeste.
Fontes: IBGE, Prefeitura de Garanhuns e Wikipédia.