Conheça mais sobre Buíque

 

Buíque é um município do agreste pernambucano, distante cerca de 284 km da cidade do Recife. Com uma área de aproximadamente 1.320 km², conta com uma população de 58.919 habitantes, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2020. O censo de 2010 apontou que a cidade possuía 52.105 habitantes, sendo a 34º mais populosa de Pernambuco, com cerca de 37% da população residindo na zona urbana e 63% na zona rural da cidade, segundo a base de dados do Estado de Pernambuco naquele ano.

O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) é de 0,527, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD-2019), ocupando o 177º lugar no ranking estadual, segundo dados do IBGE de 2010.

O município é conhecido por abrigar o parque nacional Vale do Catimbau (uma das sete maravilhas de Pernambuco) e também por ser uma das maiores bacias leiteiras do Estado. Ele está limitado ao norte com a cidade de Sertânia, ao nordeste com Arcoverde, ao sul com Águas Belas, ao oeste com Tupanatinga, e a leste com o município de Pedra.

Educação

Estimativas do IBGE apontam que, em 2020, existiam 12.613 alunos matriculados, sendo 1.860 no ensino infantil, 8.588 no ensino fundamental e 2.165 no ensino médio. Em 2010, a taxa de escolarização era de 94,7% e em 2020 a cidade contava com 46 escolas de ensino fundamental e sete de ensino médio. A sua nota do IDEB em 2019 foi de 4,9 para os anos iniciais e de 4,4 para os anos finais, ocupando a 114ª posição no Estado, que obteve 5,2 de pontuação.

O município conta com um pólo de ensino superior à distância da Faculdade Estácio de Sá e das Faculdades Ecoar (FAECO) e Uniasselvi.

Saúde 

Dados de 2019 do IBGE apontam que a cidade possuía uma taxa de mortalidade infantil de 12,94 óbitos por mil nascidos vivos, ocupando a 88ª posição no Estado, enquanto que a taxa de internações por diarreias no ano de 2016 foi de 6 por mil habitantes. Em 2010, cerca de 30,7% dos domicílios da cidade tinham acesso a esgotamento sanitário adequado e o município contava em 2009 com 15 estabelecimentos de saúde ligados ao SUS.

Economia

Dados do IBGE de 2018 mostram que o produto interno bruto per capita do município era de R$ 7.037,04 por habitante, o 169ª maior do Estado. Já as receitas realizadas em 2017 foram de R$ 104.123.270,00, enquanto que as despesas empenhadas totalizaram R$ 100.810.380,00. 

Quanto às atividades econômicas, destacam-se a agropecuária, o turismo, a fruticultura e a pecuária. Os produtos agrícolas de maior expressão na região são o feijão, o milho e a mandioca, cultivados com poucos recursos tecnológicos. 

O município é conhecido por ser uma das maiores bacias leiteiras do estado. A atividade pecuária é desenvolvida, predominantemente, em regime de criação semi extensiva, em pastagens nativas. Esta atividade registra baixos rendimentos e se encontra bastante vulnerável nos períodos de estiagem, dada a pequena disponibilidade de água e a falta de armazenagem de forragem e de mineralização do rebanho.

História

O nome da cidade, segundo Alfredo de Carvalho, quer dizer ?sal da terra?, ou seja, uby, ubú, bú-yiqui, mas alguns dizem ser remanescente da língua Tupi, significando ?lugar de cobras?. Outra versão, apontada por Sebastião Galvão, relaciona o nome ao fato de os índios utilizarem-se do osso do fêmur humano para fazer um búzio ou trombeta que emitia sons, cujo eco se assemelhava a buíque, buíque, etc.

A cidade surgiu a partir das terras doadas em 1658 pela Capitania de Pernambuco ao mestre de campo Nicolau Aranha Pacheco, a Antônio Fernandes Aranha e a Ambrósio Aranha de Farias, nas quais foram fundadas duas fazendas prósperas: a Lagoa (que deu origem a Buíque) e a Garcia (que originou o município de Garanhuns).

Nas terras da Fazenda Lagoa, em 1754, foi construída uma capela em homenagem a São Félix de Cantalice, padroeiro da cidade, em torno da qual foi surgindo o povoado de São Félix de Buíque, que, em 1763, deixou de fazer parte da jurisdição de Garanhuns, em consequência da instalação da Vila de Cimbres, sendo reincorporada em 1836. 

A Vila Nova de Buíque surgiu em 1854 e abrangia também as áreas de Pedra, Águas Belas e a maior parte de Inajá, mas apenas em 1904 foi elevada à categoria de município, recebendo o nome de Buíque.

Geografia

Está localizado na latitude 8°37'24'' Sul e a uma longitude 37°09'23'' Oeste, e situado a 798 metros do nível do mar.

A cidade está situada nos domínios da bacia hidrográfica do rio Ipanema e seus principais tributários são o rio Ipanema e o rio Cordeiro, e os riachos: do Cafundó, Mimoso, do Xicuru, do Brejo, Salgado, do Pilo, Catimbau, Ilha, do Mororó, Piranha, dos Negros, Queimadas, Cajazeiras, Mulungu, Umburaninha, do Jaburu, do Cágado, das Pedrinhas, Barra, do Pinto, Ipueiras, das Cabras, Caldeirão e dos Martins, todos intermitentes. O município conta ainda com o açude Mulungu, com capacidade de acumulação de 1.280.953 m³.

O município está geologicamente inserido predominantemente na unidade geoambiental do Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros altos, com altitude variando entre 650 a 1000 metros. O relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. Os solos possuem fertilidade variada, com predominância de média para alta. Ocorrem ainda no centro e a noroeste do município áreas inseridas nas unidades geoambientais das Depressões Sertanejas e das Bacias Sedimentares, respectivamente. A vegetação predominante é a Floresta Subcaducifólica e Caducifólica e a caatinga em certas áreas. 

O clima da cidade é o semiárido (Bsh). O verão é quente, seco e de céu quase encoberto; o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o tempo é de ventos fortes. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 15 °C a 33 °C e raramente é inferior a 14 °C ou superior a 35 °C.

Turismo

Dois lugares interessantes para se visitar são o Museu Eduardo José de Freitas, criado em 1990, e a Casa da Cultura Lenira Cursino de Freitas, inaugurada em 2000. O prédio antigo - administrado pela Secretaria de Turismo, Cultura, Lazer e Esportes da cidade - abriga artefatos, fotografias e documentos históricos de Buíque. No museu estão os restos mortais de uma mulher encontrada no Parque Nacional do Catimbau, que viveu há 6 mil anos, e a ossada de uma preguiça-gigante, datada de 8 a 10 mil anos, encontrada durante a escavação de um barreiro no Sítio Charco.

Mas, sem dúvida alguma, a principal atração turística é o Parque Nacional do Catimbau - esculpido pela natureza há mais de 150 milhões de anos e instituído em 2002 - importante para o turismo pedagógico, ecológico e cultural. O Vale do Catimbau abrange ainda terras de Tupanatinga, Ibimirim e Sertânia, com destaque para a beleza paisagística, as formações e abrigos naturais e para a diversificada flora e fauna características da caatinga (único no mundo). O local é conhecido como um dos mais importantes sítios arqueológicos do país, cujos registros rupestres nele encontrados retratam a vida dos primeiros habitantes do lugar.

Uma boa pedida é visitar as comunidades tradicionais e conhecer o acervo antropológico/cultural dos remanescentes quilombolas do Mundo Novo; as Comunidades do Farçola e da Serra do Catimbau; e a reserva indígena Kapinawá. Nesta última, na aldeia sede de Mina Grande, pode ser encontrada uma vasta gama de expressões culturais que vão desde sua capelinha advinda da adoção/imposição da crença cristã católica, até o toré ? expressão máxima de religiosidade ancestral. O toré é realizado na Gruta Sagrada da Serra da Mina Grande ? divisa com o município de Tupanatinga.

Outra boa opção é o artesanato local, dentre eles a cestaria e trançados, produzidos através da utilização de fibras naturais (de sisal, coco e ouricuri), da palha de diversos tipos e cipós. Os produtos são os mais variados: os caçuás (grandes cestas que, lado a lado no dorso dos animais, transportam produtos agrícolas), os cestos de pães e de roupas, as cestas, as esteiras, as bolsas, os chapéus, os abanos, as sandálias, as chinelas, as cordas, os descansos para pratos, as peneiras, as peça decorativas, etc.

 

Fontes: IBGE, Prefeitura de Buíque e Wikipédia.